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sexta-feira, 8 de março de 2013

RESUMO LITERATURA - PROFª SILVANA

Para os alunos dos 2º e 3º do Ensino Médio.
Façam a leitura para pordermos debater, com maior propriedade, em sala de aula. Pontue suas dúvidas, questionamentos e sugestões.

LITERATURA PORTUGUESA

Trovadorismo   - Portugal

Contexto histórico
1ª Época Medieval

Trovadorismo: corresponde à primeira fase da história de Portugal e está intimamente ligado à formação do país como reino independente.

O conjunto de suas manifestações literárias reúne os poemas feitos por trovadores para serem cantados em feiras, festas e castelos nos últimos séculos da Idade Média.

Poesia trovadoresca: pode ser dividida em dois gêneros: lírico e satírico. O gênero lírico se subdivide em duas categorias (cantigas de amigo e cantigas de amor) e o satírico é caracterizado pelas cantigas de escárnio e cantigas de maldizer.

Cantigas de amor: o trovador assume um eu-lírico masculino e se dirige à mulher amada como uma figura idealizada e distante. Ele se coloca na posição de fiel vassalo, a serviço de sua senhora - a dama da corte -, fazendo desse amor um objeto de sonho, distante e impossível.

Cantigas de amigo: têm origem popular, eu-lírico feminino e marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão e estribilho). Esses recursos, típicos dos textos orais, facilitam a memorização e execução das cantigas.

Cantiga de escárnio: são composições em que se critica alguém através da zombaria do sarcasmo. Trazem sátiras indiretas por encobrir a agressividade através do equívoco e da ambiguidade.

Cantigas de maldizer: apresentam sátira direta, contundente e clara. Muitas vezes, há trechos de baixo calão e a pessoa alvo da cantiga é citada nominalmente
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Humanismo  - Portugal

2ª Época Medieval

Humanismo é o nome da produção literária do período situado entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Ou seja, entre o século 15 e o início do 16.

Humanismo é o nome dado a um movimento cultural iniciado no século 14, na Itália. Ele se caracteriza pelo estudo de textos gregos e latinos, transformados em modelos e fontes de inspiração.

O Humanismo português (desenvolvido ao longo do século 15 e em parte do 16) produziu manifestação literária de vários gêneros: prosa, poesia e teatro.

Além da produção historiográfica de Fernão Lopes (aproximadamente 1380-1460), esse período compreende a Poesia Palaciana e a produção teatral de Gil Vicente (aproximadamente 1465-1536).


Crônica histórica
Fernão Lopes, considerado o introdutor da historiografia em Portugal, é o principal representante do gênero. Sua obra contém ironia e crítica à sociedade portuguesa.

Mesmo centralizando sua crônica nas ações da família real, Fernão Lopes também investigou as relações entre outras classes sociais e captou o sentimento coletivo da nação. Seu maior mérito foi conciliar pesquisa histórica e qualidade literária.

Poesia palaciana
Essa poesia trata de assuntos da vida palaciana e reproduz a visão de mundo dos nobres e fidalgos que a produziam. O amor é tratado de forma mais sensual e a mulher já não é tão idealizada quanto no
trovadorismo.Teatro popular
Pai do teatro português, Gil Vicente também foi músico, ator e encenador. Sua obra trata de muitos temas, sempre com uma abordagem caracterizada pela transição entre a Idade Média e o Renascimento. Ou seja: do pensamento teocêntrico (marcado por elementos de religião, como céu e inferno) ao humanista (marcado pelo antropocentrismo e racionalismo).


Classicismo  - Portugal

Classicismo: é a face literária do Renascimento, movimento de renovação científica, artística e cultural que marca o fim da Idade Média e o nascimento da Idade Moderna na Europa. O Renascimento é fruto do crescimento gradativo da burguesia comercial e das atividades econômicas entre as cidades europeias.

Portugal
O Classicismo português começa em 1527, quando o poeta Francisco Sá de Miranda retorna da Itália a Portugal com ideias de renovação literária (caso do soneto, nova forma de composição poética).

Camões
Mais importante autor do período em Portugal,
Luís de Camões apresenta uma biografia incerta e cheia de aventura. Uma das poucas certezas sobre sua vida é que foi soldado e perdeu o olho direito combatendo na África. Sua produção poética foi rica e variada, abrangendo poesia lírica e épica.

Poesia épica
Em 1572, Camões publica Os Lusíadas, poema que celebrava feitos marítimos e guerreiros recentes de Portugal. O livro também narra a história do país (de sua fundação mítica até o período histórico).

O herói do poema é o próprio povo português e o enredo gira em torno da viagem de Vasco da Gama na busca de um novo caminho para as Índias. Escrito em dez cantos, Os Lusíadas tem 1.102 estrofes (compostas em oitava-rima e versos decassílabos) e cinco partes.

Poesia lírica
Camões escreveu sua poesia lírica com versos na medida velha (versos redondilhos) e na medida nova (versos decassílabos). É no soneto, contudo, que a lírica camoniana alcança seu ponto mais alto: quer pela estrutura tipicamente silogística, quer pela constante dualidade entre o amor material e o amor idealizado (platônico).


O Renascimento envolveu um movimento intelectual que incentivou a recuperação de valores e modelos da antiguidade clássica greco-romana. Isso desencadeou importantes transformações políticas e econômicas na sociedade

Barroco  - Portugal 

O Barroco português desenvolveu-se entre 1580 e 1756, época em que Portugal estava em profunda crise econômica e social devido ao domínio da monarquia espanhola.

Padre Antônio Vieira
O melhor da produção barroca portuguesa encontra-se na obra do padre Antônio Vieira - político e pregador de inteligência e sensibilidade acuradas, que sintetizou como poucos os conflitos do homem barroco.

Chamado por Fernando Pessoa de "Imperador da Língua Portuguesa", Vieira explora em seus sermões o melhor da retórica de sua época. Orador hábil e virtuoso, é também claro, engenhoso, imaginativo e convincente.

Os sermões constituem o principal da obra de Vieira. Eles trazem a essência do estilo barroco: a tentativa de promover uma síntese entre matéria e espírito. Nos sermões, Vieira busca cativar o ouvinte despertando sua consciência e convidando-o a pensar e agir.

Divisão
No que toca à organização do discurso, a estética barroca apresenta duas tendências: o cultismo (também chamado gongorismo) e o conceptismo (ou quevedismo).


Cultismo: caracteriza-se pelo uso de uma linguagem rebuscada, culta, extravagante e descritiva. Tem como visível influência a produção do poeta espanhol Luís de Góngora y Argote.

Conceptismo: caracteriza-se pelo jogo de ideias e de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, racionalista. Entre seus principais difusores está o poeta espanhol Francisco de Quevedo.



Os contrastes típicos do período Barroco revelam a tentativa de fundir a perspectiva antropocêntrica (herdada do Renascimento) ao teocentrismo medieval (recuperado pela Contra-Reforma).
Arcadismo  - Portugal

Surgido na segunda metade do século 18, o Arcadismo (ou Neoclassicismo) caracteriza-se pelo o espírito reformista e pela valorização antropocêntrica do saber racional - reflexo do desenvolvimento tecnológico, social e científico do chamado "Século das Luzes".

Em Portugal, o Arcadismo inicia-se oficialmente em 1.756, data de fundação da Arcádia Lusitana (sociedade poética em que artistas discutiam Arte e Literatura).

Bocage
A poesia de Bocage é marcada pelo erotismo e pela sátira de caráter social. Também se destacam em sua obra duas vertentes líricas: a luminosa e etérea (em que o poeta se entrega inebriado à evocação da beleza das suas amadas) e a noturna e pessimista (que manifesta a dor incomensurável provocada pela indiferença, ingratidão e tirania de suas musas). Essas assimetrias refletem uma personalidade complexa e multifacetada do autor, além do evidente jogo de contrários.

A obra de Bocage reflete a instabilidade do período conturbado e de transição do século 18, em que foi produzida. Por um lado, ela exibe as influências da cultura clássica. Por outro, mostra uma tendência pré-romântica, que liberta das amarras da razão.
Bocage contrasta com o espírito neoclássico porque tende a falar mais sobre o sofrimento, o horror e as trevas. Fornece, portanto, contraponto à visão iluminista de mundo (que tem na natureza o bem supremo, fonte de toda bondade).
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LITERATURA BRASILEIRA

Quinhentismo - Brasil

As primeiras manifestações literárias brasileiras não constituem uma escola literária, são registros de viajantes e de jesuítas. O primeiro documento escrito da história do Brasil é a carta enviada pelo escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz Caminha (1450-1500), ao rei de Portugal com informações sobre a fauna, a flora e a gente da nova terra.
Literatura jesuítica: também chamada de literatura de catequese, teve como objetivo a conversão dos índios à fé cristã. Constitui-se de textos escritos por missionários jesuítas e tem como expoente máximo Padre José de Anchieta (1534 -1597) - que produziu, além de peças de teatro e poemas, uma gramática da língua tupi.
Literatura informativa: descreve e cataloga a nova terra e o povo que nela habitava. Surgiu com a necessidade de colonizar o território e teve como objetivo apresentar aos cidadãos da metrópole os benefícios que desfrutariam caso resolvessem se mudar para a América.

A visão que o europeu tem dos índios baseia-se numa concepção de mundo eurocêntrica e eivada de preconceitos. O único ponto positivo desta visão é a descrição do “novo mundo” como uma terra paradisíaca e incomparavelmente bela. Em uma época como a nossa, em que a alteridade e a diversidade são paradigmas essenciais para a formação do cidadão, a visão quinhentista dos nativos brasileiros é de extrema importância para o vestibular.


Barroco - Brasil

No Brasil, o movimento tem como marco inicial a publicação do poema épico Prosopopéia, publicado em 1601 por Bento Teixeira - poeta português radicado em Pernambuco. Forte jogo de oposições e conflitos de natureza espiritual caracterizam o Barroco.

Gregório de Matos Guerra (1636-1695) é o principal autor do Barroco brasileiro. Considerado o primeiro grande lírico nacional, sua poesia é dividida em lírica, sacra e satírica.

Na lírica, Gregório apresenta a figura feminina numa oscilação entre o angelical e a tentação carnal. Na satírica, elege como alvo os políticos, os religiosos e as mulheres - por isso recebeu a alcunha de "Boca do Inferno". Na sacra, o poeta tenta redimir-se de todos seus pecados e retrata a fragilidade humana diante da morte e da condenação eterna.
Arcadismo - Brasil


No Brasil, o Arcadismo chega numa época em que os ecos de liberdade vindos da Europa e dos Estados Unidos provocam um verdadeiro frenesi entre os intelectuais. A independência das treze colônias norte-americanas desencadeia a Inconfidência Mineira, em 1789, e é no interior dela que nasce o arcadismo brasileiro. Muitos de nossos poetas árcades foram também inconfidentes.
A grande produção poética do Arcadismo brasileiro apresenta ampla variedade de poemas líricos, épicos e satíricos. A seguir, alguns dos principais representantes dessas tendências:

Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu): o principal de sua obra está em Cartas Chilenas (poema satírico em que denuncia os desmandos morais e administrativos do governador de Minas Gerais da época) e em Liras a Marília de Dirceu (em que relata seu amor por Marília, pseudônimo da jovem Maria Dorotéia Joaquina de Seixas).
Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio): publicado em 1768, seu livro Obras (composto de cem sonetos, várias éclogas, epístolas e outras formas líricas) é considerado o marco inicial do Arcadismo no Brasil. O poema épico Vila Rica também se destaca por descrever a descoberta do ouro em Minas Gerais e a formação de Vila Rica - atual Ouro Preto.
José Basílio da Gama (Termindo Sípílio): seu poema épico O Uraguai celebra a vitória do comissário real Gomes Freire de Andrade sobre os índios de Sete Povos das Missões - região atualmente pertencente ao Rio Grande do Sul.
Frei José de Santa Rita Durão: discute o mito do amor universal no épico Caramuru. A obra conta a história de amor entre o português Diogo Álvares Correa, o Caramuru, e a índia Paraguaçu.

O Arcadismo brasileiro rompe com a tradição bucólica europeia, colocando na ordem do dia a cor local e o sentimento nativista. Além disso, a proximidade dos poetas árcades com a Inconfidência Mineira os insere em um contexto histórico que não pode ser desprezado por quem pretende compreender o Brasil do século 18.

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